Entre 3 e 6 de Maio teve lugar mais uma edição da feira nacional da Segurança, o Segurex, mais uma vez nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, apresentada, como de costume, como o evento líder e de referência nacional nas áreas da Segurança, da Protecção e da Defesa.
Seria expectável pensarmos que a Segurança Ocupacional e a Prevenção de Riscos Profissionais entrariam nessa grande definição, apesar de há várias edições para cá, esta área estar cada vez mais ausente do evento.
Lamenta-se, mas há claras razões para que isto esteja a acontecer.
Por um lado, a representação da Segurança Ocupacional e da Prevenção de Riscos Profissionais no Segurex é proporcional à importância que a nossa sociedade atribui a essa área. Ou seja, pouca e em queda.
Por outro lado, o desinteresse pela área resulta também do desinteresse que a entidade máxima responsável pela mesma, a ACT, revela ao, mais uma vez, estar ausente do certame.
A situação não é nova. A ACT não se tem feito representar nas últimas edições. Isto apesar de, curiosamente, ter em 2011 adquirido mobiliário específico para esta representação, por um valor não negligenciável, e que apenas serviu para uma edição do evento, após o que, presumivelmente, foi “ganhar pó” para um qualquer armazém esquecido. Pode pôr-se em causa a gestão dos meios, claramente injustificável, mas acima de tudo põe-se em causa o cumprimento da missão cometida à ACT. E isto é tanto mais injustificável quanto se torna visível que, ao contrário de anteriores tutelas, que tudo fizeram para diminuir o universo de actuação da ACT, os seus meios e competências, nomeadamente através da destruição da área da prevenção e da sua autonomia técnica e da retirada de competências, por exemplo no que diz respeito à Administração Pública, a actual tutela aparenta querer devolver competências à ACT e dotá-la de mais meios.
E assim sendo, a ACT e a sua direcção, esteve deliberadamente ausente de um evento onde teria obrigatoriamente de estar representada, representando igualmente o organismo que a tutela, e liderando pelo exemplo.
E assim, naquele que é apresentado como o evento de referência nacional na área da Segurança e Protecção, tivemos inúmeras tutelas – Administração Interna, Defesa, Saúde – através dos seus mais diversos organismos – Forças Armadas e de Segurança, SEF, INEM, Protecção Civil, Bombeiros, etc. – para não falar de autarquias e polícias municipais, enquanto a ACT estava “desaparecida” e nem sequer em combate.