LEONOR CARMO (Coordenadora do Centro Qualifica do Algueirão, 16 de novembro de 2022)
Lembro-me de há muito tempo, quando já frequentava o 2º ciclo, que a maior loucura que cometia nas aulas, era passar entre as colegas (na época não havia escolas públicas com rapazes e raparigas), aqueles inquéritos em que se respondia “sim ou não” e depois, de acordo com as respostas em maior número afirmativas ou negativas, nos eram conferidos atributos, às vezes muito pouco abonatórios… pois bem, passados cinquenta anos, quando agora preparava este artigo, lembrei-me dessa brincadeira, que a fazer jus às memórias que me assolaram, assumia uma “importância arrebatadora” nos nossos comportamentos nas aulas.
Sendo verdade que na nossa inocência se tratava de informação altamente influenciadora, pus mãos à obra e tentei construir um pequeno exemplo dessa atividade secreta. Mudei a temática, acrescentei alguns domínios de referência novos e apostei num único núcleo gerador: saúde e segurança nas escolas.
Na verdade, não fugi muito à utopia das minhas brincadeiras infantis, apenas lhe adicionei uma tabela de avaliação com menos flexibilidade e salvaguardei o facto de, apesar de não ser de todo um estudo científico, ter bases muito sólidas, fruto de alguns anitos de A.L.V.1 e militância do bem-estar nas escolas por onde passei e onde permaneço.
Para esta versão atualizada do jogo, a tabela de conversão que estabeleci não contempla percentagens. Decidi que uma avaliação qualitativa bastaria para refletir sobre a nossa realidade e sobre o que tem de ser feito urgentemente a bem da saúde física e mental dos nossos alunos, professores, educadores, funcionários, enfim, de todos quantos fazem da escola o espaço onde passam mais horas por dia em trabalho, qualquer que seja a sua natureza e/ou âmbito.
A tabela da avaliação fica assim distribuída: 40 “SIM” verdes, igual a EXCELENTE; 40 “NÃO” vermelhos, igual a UM FILME DE TERROR; tudo o que estiver a amarelo é um “NIM”, sujeito ao peso da coluna onde estiver inserido.
Embora esta realidade assuste e por vezes tenda a ser escamoteada pelos vários governantes de toda a palete política (ou quase toda), as (más) experiências que a grande maioria de nós vive nas escolas públicas, não anda muito longe da avaliação “Filme de Terror” no que diz respeito à saúde e segurança.
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