LUÍS DO NASCIMENTO LOPES (Vice-Presidente da FENEI/SINDEP)
Os últimos anos, no que toca à saúde ocupacional e não só, foram dominados pelas preocupações respeitantes a doenças transmissíveis, nomeadamente à pandemia provocada pelo Covid-19. As suas repercussões no mundo laboral, como de resto em todas as áreas das nossas sociedades, justificaram essa atenção quase em exclusivo.
Mas hoje, quando a pandemia parece estar se não ultrapassada, pelo menos controlada, urge alargar a nossa preocupação para outras áreas e outras ameaças sanitárias que nunca deixaram de pairar sobre quem trabalha, apenas foram remetidas para segundo plano.
Para a OMS, a definição de doenças não-transmissíveis abrange um grupo alargado de patologias não provocadas por infecções agudas e que geralmente exigem tratamentos prolongados, podendo revelar-se mortais ou incapacitantes para a vida laboral.
Segundo a OMS estas patologias matam anualmente em todo o mundo cerca de 41 milhões de pessoas, ou seja, são responsáveis por 71% da mortalidade a nível mundial e 80% da mortalidade na União Europeia.
Das doenças englobáveis nesta definição destacam-se os problemas cardiovasculares, responsáveis por quase 18 milhões de mortes anuais, os cancros, responsáveis por 9 milhões de mortes anuais, as doenças respiratórias não contagiosas, responsáveis por 4 milhões de mortes anuais e os diabetes, responsáveis por 1 milhão e 600 mil mortos por ano.
Mas a juntar a estas, potencialmente mortais e incapacitantes, temos toda uma panóplia de outras patologias, não potencialmente mortais, mas igualmente incapacitantes, pelo menos por períodos longos, como as do foro mental, geralmente relacionadas com a exposição a riscos psicossociais.
Claro que nem todas as patologias englobadas nesta definição estão relacionadas com a vida profissional de quem as contrai. Muitas delas resultam de estilos de vida e de consumos evitáveis, como o de tabaco ou de álcool, ou de dietas desequilibradas e não saudáveis, ou do sedentarismo, ou de factores ambientais, como a poluição atmosférica.
Mas vão-se acumulando as evidências e já não só estatísticas que estabelecem relação entre o surgimento e/ou o agravamento destas doenças e a actividade profissional de quem delas sofre.
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