Resumo
A nanotecnologia está, desde alguns anos, em evolução meteórica, pelo que existem cada vez mais nanomateriais, prevendo-se que, futuramente, tal se intensifique. Contudo, a acumulação destes produtos poderá ser nefasta para o ambiente e para a saúde (segundo alguns investigadores). As nanopartículas são muito resistentes, pelo que se vão acumulando ao longo da cadeia alimentar. Todos estamos em contacto com estas substâncias mas, alguns indivíduos, pela sua profissão, têm uma exposição mais acentuada. Estima-se que, em 2014, cerca de 11% dos postos de trabalho na indústria lidarão com estes produtos.
São usadas em variadíssimos setores, nomeadamente na eletrónica (fabrico de peças de computador), medicina (quer a nível de sistemas de administração de fármacos, quer noutros dispositivos médicos), produtos cosméticos e protetores solares, produtos odontológicos, materiais de construção civil, peças para automóveis, produtos de limpeza, têxteis, produção de energia, agricultura, purificação da água, indústria alimentar, tecnologia aeroespacial e muitas outras áreas.
Existem algumas orientações relativas ao manuseamento de nanomateriais, das quais se podem destacar as elaboradas pela instituição alemã BAUA, a Universidade da Califórnia, instituto francês IRSST, Instituto de Saúde e Segurança de Massachusetts e a NIOSH; contudo, nenhuma guideline é consensualmente aceite ou considerada completa.
A Equipa de Saúde Ocupacional deverá estar muito atenta a este tema, colocando em prática alguns dos pontos desenvolvidos nas guidelines relativamente à prevenção (quer coletiva, quer individual), de forma a proporcionar, teoricamente, o ambiente laboral mais seguro possível (segundo os conhecimentos atuais) para o trabalhador, entidade empregadora e comunidade.
Introdução e objetivos
A nanotecnologia está, desde alguns anos, em evolução meteórica, pelo que existem cada vez mais nanomateriais, prevendo-se que, futuramente, tal se intensifique. Contudo, a acumulação destes produtos poderá ser nefasta para o ambiente e para a saúde (segundo alguns investigadores). Todos estamos em contacto com estas substâncias mas, alguns indivíduos, pela sua profissão, têm uma exposição ainda mais acentuada.
Pretende-se com esta revisão bibliográfica resumir o que de mais importante e recente se publicou sobre o tema.
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa em agosto de 2011, nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e Academic Search Complete”; utilizando as palavras-chave “nanomaterials e nanoparticles”, combinadas com “occupational health e hazzards, tendo-se obtido nestas sub-pesquisas 178 artigos, utilizando como critérios de seleção o acesso preferencial a texto completo, língua inglesa e data de publicação igual ou superior ao ano 2000; em função da qualidade metodológica e da pertinência para o objetivo da revisão, foram escolhidos 25 trabalhos.
“(…) A nanotecnologia está, desde alguns anos, em evolução meteórica, pelo que existem cada vez mais nanomateriais, prevendo-se que, futuramente, tal se intensifique.”
Contéudo
Definição
Por definição, nanopartículas têm pelo menos uma das dimensões entre 1 a 100 nanometros1-8; ou seja, podem ter o mesmo tamanho que células, proteínas ou vírus; 7 foram oficialmente descobertas na década de 802.
Existem, contudo, muitas dúvidas associadas ao efeito que estas partículas (cada vez mais omnipresentes)2 possam ter no ambiente e na saúde1-5, 8-10. Ainda assim, a exposição mais intensa e prolongada deverá ocorrer em alguns contextos ocupacionais11.
Evolução
A primeira geração de nanopartículas era constituída por estruturas passivas; por volta de 2005 apareceu a segunda geração caracterizada por nanoestrutras ativas, com capacidade de armazenamento e conversão energéticos; em 2010 criaram-se os nanosistemas, ou seja, conjuntos heterogéneos de várias nanoestruturas, com uma funcionalidade ainda mais diversificada9.
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