RUI ALDEANO, Técnico Superior de SST, no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL)
1. ENQUADRAMENTO
Na minha vida profissional, tenho assistido a uma crescente tendência para a regulamentação interna de diversas matérias de segurança e saúde no trabalho (SST).
Nesse movimento, o tipo de regulamentos com maior crescimento são os regulamentos de consumos de substâncias psicoactivas em contexto laboral. Situação paradigmática e reveladora de que, hoje, felizmente, existe uma percepção distinta daquela que conheci há 24 anos, quando entrei para o mercado de trabalho, sendo os consumos de substâncias psicoactivas e as adições observadas como um problema laboral.
De facto, nem sempre foi assim. Se em relação às “drogas”, sempre houve uma reprovação social, o consumo excessivo de álcool foi muitas vezes tolerado e por vezes encarado como elemento restabelecedor de forças e energias a meio da jornada de trabalho.
O consumo de bebidas alcoólicas antes e depois do horário de trabalho, é efectivamente um problema, e tem graves consequências ao nível da saúde física e psicológica dos trabalhadores.
Congratulo-me, por isso, que os esforços das autoridades e outros actores sociais, no sentido de consciencializar a sociedade em geral para os malefícios dos comportamentos aditivos, estejam a produzir resultados.
2. ESTADO DA ARTE
Em contexto laboral, não há dúvidas que o consumo de substâncias psicoactivas, em especial do álcool (droga mais consumida em Portugal), é responsável pelo aumento da sinistralidade laboral, por maior absentismo, por afectar negativamente a produtividade e a imagem da organização, e por desencadear comportamentos desajustados dentro e fora das organizações.
Apesar do consumo de álcool ter reduzido nas últimas duas décadas, esta é uma realidade, ainda, bem patente no quotidiano português, que todos os relatórios do Instituto para os Comportamentos Aditivos e Dependências (ICAD), têm vindo a confirmar.
Face ao exposto, somando as novas percepções sobre os riscos do consumo de álcool, com o destaque que a SST assume no quotidiano das organizações, não é de estranhar o aumento da regulamentação de consumos em contexto laboral.
Para ler o artigo completo, subscreva a assinatura da Revista “segurança”