Luís do Nascimento Lopes, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP
A expressão “Baby Boom” designa o fenómeno de explosão demográfica a que se assistiu um pouco por todo o mundo, com especial relevância na Europa e nos Estados Unidos da América, no pós-segunda guerra, mais concretamente entre 1946 e 1965.
Por um lado essa explosão demográfica deveu-se a uma extrema necessidade de mão-de-obra, resultante da perda gigantesca de vidas, vitimas daquele que foi o maior conflito bélico do século XX (e que teve também como consequência o acesso da mulher a várias profissões que até aí lhe estavam vedadas) mas também ao optimismo global de que a guerra teria sido algo a que não se voltaria e que, daí em diante, se viveria num mundo em paz, com um ritmo de desenvolvimento sem precedentes e que apenas traria felicidade e conforto à humanidade.
Uma das consequências dessa explosão demográfica e do desenvolvimento exponencial da ciência e das tecnologias foi a massificação do ensino, como condição fundamental para esse desenvolvimento. Em poucas décadas o analfabetismo foi praticamente erradicado de todo o mundo dito desenvolvido e a escolaridade obrigatória atingiu níveis significativos.
Na Europa, os países que não apostaram decididamente na escolaridade das suas populações, como foi o caso de Portugal e da Espanha, ficaram irremediavelmente para trás no que toca ao desenvolvimento, não apenas cultural mas também económico e social, o que, no caso português, nos obrigou a um esforço suplementar e nem sempre sustentado, de massificação, mais do que de aposta, no ensino nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Os 30 anos de atraso com que partimos cobraram uma pesada factura que ainda hoje estamos a pagar.
E essa factura não foi cobrada apenas ao nível do “ensino formal”, mas também (e aí com consequências talvez ainda mais desastrosas) no ensino profissional e técnico.
Todos nós, que nos movimentamos na área da SST, conhecemos a triste saga da formação nesta área. Sempre tivemos, poucos mas bons, especialistas nesta área, com um conhecimento sólido e profundo, fruto de muita experiência de terreno, muito estudo individual, muita entrega e generosidade, muita “carolice”, mas sem o reconhecimento formal das suas competências e saberes.
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