Autor: Cátia Santos (Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade NOVA de Lisboa), Ema Sacadura-Leite (Departamento de Saúde Ocupacional e Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade NOVA de Lisboa, CISP – Centro de Investigação em Saúde Pública, Serviço de Saúde Ocupacional do CHLN), Philippe Astoul (Department of Thoracic Oncology, Pleural Diseases, and Interventional Pulmonology, Hôpital Nord – Aix – Marseille University), António Sousa-Uva (Coordenador do Departamento de Saúde Ocupacional e Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade NOVA de Lisboa, CISP – Centro de Investigação em Saúde Pública)
O amianto é hoje reconhecido por ser a principal causa de cancro associado à exposição profissional nos países industrializados. É responsável por cerca de 107.000 mortes anuais, estimando-se que 34.000 dessas mortes ocorram por mesotelioma maligno, o qual constitui um cancro raro e de difícil diagnóstico.
Reconhecido como agente cancerígeno para o homem e como principal agente cancerígeno ocupacional, o amianto é um mineral que, pelas suas caraterísticas físicas e químicas, foi utilizado em larga escala nos anos de 1950 na Europa, nomeadamente na área da Construção Civil.
Apesar das várias movimentações para banir a sua utilização, continua a ser utilizado em vários países industrializados e a ser encontrado em inúmeros edifícios e equipamentos, o que permite estimar que os efeitos da exposição ao amianto continuarão a manifestar-se durante muitas décadas, mantendo-se, certamente por muito tempo, um sério problema de Saúde Ocupacional e Ambiental.