Autor: Paulo Macedo (Professor Universitário)
Março de 2018
O Reino Unido não precisa de uma estátua da Liberdade, nem de um poema de Emma Lazarus, para ser um país de acolhimento de todos os quantos buscam refúgio, ou santuário, face a entidades que gostariam de os colocar em situações menos agradáveis, temporária ou permanentemente.
Londres, no caso particular dos Russos, desde 1917 que foi uma cidade de refúgio para exilados políticos, em particular para os emigrados de primeira vaga ou para quem simplesmente fugia da guerra civil que assolava a Rússia; não sendo um local onde se tenha estabelecido, à época, uma grande comunidade, por comparação com Berlim, Paris e, em menor escala, Nova Iorque, muito por força de uma legislação de emigração britânica restritiva, foi sempre uma cidade com enorme poder atractivo para os Russos, atracção que ainda hoje se faz sentir provavelmente já não para exilados políticos no sentido de 1917, mas sim para oligarcas Russos, desertores, ex-membros dos serviços de inteligência (caídos em desgraça, reformados ou “trocados”) e outros elementos, neste caso com capacidade financeira para, aproveitando a legislação de emissão de vistos especiais em função dos montantes de investimento, se fixarem no Reino Unido.