Autor: Luís Nascimento Lopes (Docente, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP, Consultor da Presidência da ABEST para as Ciências das Relações do Trabaho em Portugal, Consultor Nacional e Internacional nas áreas da SST)
Os líderes são arquitectos sociais (Bennis, Warren (1976) “Why Leaders Can´t Lead”, Amacom)
Todos nós conhecemos (e subscrevemos) o postulado da inexistência (por agora, esperamos) de uma cultura de prevenção enraizada nas nossas mentes desde a mais tenra idade, em casa e nos bancos da escola, que nos motive e conduza a comportamentos preventivos e à fuga a situações de risco desnecessárias.
Mas tal constatação, mais que uma simples descrição da realidade, é frequentemente utilizada como argumento, ou mesmo como alibi, uma variante do “fado nacional”, para a manutenção do status quo, que todos condenam e que a todos aparentemente repugna, mas que poucos investem seriamente em alterar.
Essa é a justificação para que a esmagadora maioria dos portugueses e das portuguesas cheguem ao mundo do trabalho totalmente desprovidos de mentalidade preventiva.
Daí que ouçamos, com elevada frequência, a queixa de empregadores e até de alguns responsáveis institucionais, de que os trabalhadores são inconscientes, e que se recusam a cumprir as mais elementares regras de segurança, sendo os acidentes de trabalho e as doenças profissionais o corolário lógico dessa “obstinação”.