A preocupação das empresas com a protecção dos seus activos deveria ser evidente. Não o é.
A segurança organizacional continua a ser um tema desprezado pelas organizações sendo que estas só o tratam quando um incidente ocorre ou quando a legislação assim obriga. Já, por diversas vezes, ao longo dos anos em que temos colaborado com esta revista, alertamos (como tantos outros antes e depois de nós!) para a necessidade das empresas (independentemente da sua dimensão), tratarem a protecção dos seus activos de uma forma séria e consequente.
O fundamento mais utilizado para as empresas relegarem para segundo plano a questão da segurança organizacional é, naturalmente, o factor económico; “segurar” custa dinheiro. É verdade, e as empresas nunca estiveram e actualmente, com maioria de razão, não estão em condições de malbaratar os seus recursos económicos, mas será que será malbaratar o investir na protecção dos seus activos?
Por exemplo, a generalidade das empresas, muitas das quais por vezes disso não têm consciência, têm um activo crítico para proteger – necessariamente secundário em relação à protecção da vida humana – que é a sua imagem e reputação, entre outros que sejam considerados essenciais.
A imagem e reputação da organização (RPO) é quase sempre atingida quando um incidente, ou acidente, ocorre e com consequências para a organização, muitas vezes, graves. Qualquer impacto na RPO é de recuperação lenta, por vezes difícil e financeiramente onerosa, designadamente quando vivemos num tempo em que a informação circula muito rapidamente e a informação negativa, quer seja verdadeira quer seja maliciosa, essa, circula à velocidade da luz.
Será que proteger este activo, entre outros, é malbaratar recursos financeiros? É que proteger a RPO é, no fundo, proteger a organização pois se não ocorrerem incidentes ou acidentes a imagem e a reputação daquela empresa está protegida por natureza, mas aqueles só não ocorrem ou por pura sorte ou porque se tomaram algumas medidas para diminuir o risco de ocorrerem.
Veja-se, puramente a título de exemplo e apenas sobre eventuais danos na imagem e reputação de uma empresa, o caso relativamente recente que ocorreu com uma companhia farmacêutica portuguesa.