O atual afluxo de refugiados à Europa constitui um desafio para os dirigentes europeus e as estruturas da Comissão Europeia, mas sobretudo para as nossas sociedades. O dever de acolhimento destes refugiados (e refiro-me apenas a refugiados e não a emigrantes económicos) não pode ser posto em causa, até por o nosso mundo ocidental ser em grande parte responsável pela situação de guerra e catástrofe humanitária em que mergulharam os seus países de origem. Mas aqueles que acolhermos será sempre na perspetiva de lhes ser atribuído um trabalho, de poderem ter uma profissão, o que aliás até poderia vir a calhar num continente envelhecido como a Europa. Mas não se vê qualquer preocupação das estruturas comunitárias em informar e formar este contingente de trabalhadores em Segurança e Saúde no Trabalho, uma área quase, para não dizer de todo, inexistente nos seus países de origem. E isso é preocupante pois a falta dessa formação, para além de os tornar vítimas fáceis de acidentes e doenças profissionais, vai potenciar o dumping das condições de trabalho e infligir mais um duro golpe no já tão frágil modelo social europeu, uma das últimas argamassas que transmite alguma coesão ao edifício comunitário. Também nesta área basta de palavras. Da Europa exigem-se ações, antes que seja tarde demais!