Alguma vez parou para pensar que tudo o que o rodeia se sustenta na natureza que nos envolve? Alguma vez se apercebeu que as cidades como as conhecemos foram um dia áreas despidas de vida humana, onde reinava a harmonia e o equilíbrio natural da vida enquanto ecossistema sustentável?
Alguma vez reparou na beleza do que nos envolve e que simplesmente preferimos ignorar, para não termos que pensar muito no que a negligência da actividade humana é capaz de provocar à sua própria vida?
Nunca foi assaltado pela amarga sensação de que no passado o homem tinha menos, mas parecia bem mais feliz porque a sua sede insaciável de saber não se sobrepunha aos princípios do respeito, do equilíbrio e da dignidade humana?
Então concordará comigo se lhe disser que vivemos numa época em que a civilização humana é constantemente ameaçada pelo ser que lhe dá o nome: o Homem.
Num mundo onde cada vez mais de fala de “desenvolvimento sustentável, tentando reunir-se esforços para configurar a civilização e a actividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, tornam-se antagonicamente mais evidentes os riscos e os perigos constituídos pela pobreza, pelas alterações ecológicas/climáticas e pelo desequilíbrio demográfico.
Cada vez que olhamos para o mundo que nos rodeia, as imagens da pobreza extrema, as dificuldades financeiras, as catástrofes ecológicas, a poluição, a fome, os cenários de guerra e terrorismo, as alterações ambientais, evidenciam-se de tal forma e agonizam tanto o nosso equilíbrio, que a beleza que ainda nos resta do mundo vivo que nos envolve quase passa despercebida.
Na sua sede insaciável de saber, o Homem tem, consciente ou inconscientemente, explorado de forma danosa os recursos que a natureza gentilmente lhe coloca à disposição, não respeitando a necessidade de uma gestão sustentável destes recursos para que se renovem ao longo do tempo.