ISEL sem segurança

O quê?
O Curso de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa deixou de ter a cadeira de Higiene e Segurança Industrial (HSI).
O Diário da República, II série, nº 200, de 16 de outubro de 2014, publicou o Despacho nº 12711/2014, do Presidente do Instituto Politécnico de Lisboa, que aprovou a alteração ao plano de estudos.

Como?
O Conselho Técnico-Científico do ISEL, o abrigo do disposto nos artigos 75.º e 76.º do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, com as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei
n.º 107/2008, de 25 de junho, pelo Decreto-Lei n.º 230/2009, de 14 de setembro, e na sua republicação através do Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto, aceitou a alteração proposta pelo Departamento de Engenharia Mecânica.
A proposta foi aprovada em reunião do órgão competente do Departamento de Engenharia Mecânica, onde têm assento o Presidente do Departamento, os responsáveis da Licenciatura e do Mestrado em Engenharia Mecânica, entre outros professores.

E assim:
A Segurança Industrial deixa de constar do plano de estudos como disciplina obrigatória, supostamente, por desnecessária e sem interesse para a engenharia e a indústria.
Todavia não é isso que a experiência demonstra e aconselha.

Relembrando:
No texto da comunicação apresentada, em 2008, por três professores do ISEL, no Colóquio Internacional de Segurança e Higiene Ocupacionais (SHO 2008), na Universidade do Minho (*) pode ler-se que:

“A segurança industrial – tanto considerada nos seus aspectos internos (segurança, saúde e higiene do trabalho e, ainda, segurança de instalações e equipamentos) como externos (segurança das populações, saúde pública e segurança ambiental) – enquadra-se no conjunto das matérias que devem integrar a formação, técnica e de gestão de base de todos os futuros profissionais de engenharia, quaisquer que venham a ser as vertentes da sua actuação profissional”;
Foi introduzida nos novos curricula, aquando da reestruturação curricular ocorrida em 1989/90;

Apresentava um aprofundado programa, incluído uma, à época, precursora abordagem à Segurança Industrial Externa e Risco Químico na UE, onde se realçavam como objetivos:

“Habilitar os futuros profissionais de engenharia (mecânica) com os conhecimentos fundamentais no domínio da identificação de perigos e da avaliação dos riscos associados à actividade industrial, tanto no respeitante à segurança, saúde e higiene dos trabalhadores, como à segurança industrial externa;
Dar a conhecer, para além do aprofundamento das matérias técnicas, o respectivo enquadramento normativo e regulamentar;
Capacitar para a tomada de decisão em situações concretas de exposição laborai (ruído, vibrações, contaminação química,…);
Situar de raiz a “segurança” numa perspectiva de gestão, onde a segurança industrial constitua um dos vectores estratégicos do sistema de gestão global da empresa;
Promover e estimular nos alunos a interiorização das preocupações com a segurança tanto no contexto curricular (nas subsequentes disciplinas de projecto, nomeadamente) como, e, sobretudo, ao nível da sua futura actividade como profissionais de engenharia”.

Evidenciando uma singular dinâmica pró-activa de ligação dos alunos ao “terreno”, promoveu Conferências Temáticas sobre Segurança Industrial e Palestras sobre Segurança Industrial e do Trabalho, para as quais foram convidados como oradores reputados técnicos e responsáveis da indústria e da administração. Estas iniciativas convocaram a atenção e a presença dos alunos e professores dos outros cursos do ISEL, bem como – as Conferências – de profissionais da indústria e da administração.