LEONOR CARMO (Coordenadora do Centro Qualifica do Algueirão)
Quem me conhece sabe que não sou muito dada a análises estatísticas, nem estudos baseados em números… não que desconfie do rigor científico das pesquisas, mas muitas vezes porque as observações que são feitas em muitas situações me fazem recordar a dualidade da perspetiva de ver o copo sempre meio cheio, ou sempre meio vazio. No entanto, desta vez, e apenas desta vez, vou ter de recorrer a números que têm surgido de entidades internacionais, mas às quais o Estado português tem feito orelhas moucas (até já pensei que os nossos governantes padecem da mesma antipatia que eu em relação à miríade de interpretações que por vezes se fazem dos números… mas não, penso que não, ou…). Adiante…
Têm-se vivido nos últimos meses, alguns dos momentos mais intensos nas lutas dos professores no pós 25 de abril. Não venho aqui refletir sobre este tema (embora possa desde já esclarecer que enquanto professora estou de corpo e alma nestas ações), mas antes tentar demonstrar porque é que os professores, segundo alguma vox populi muito pouco informada, “se queixam” tanto, quando até o que querem é “fazer grandes fins de semana”… no fundo, há uma grande falta de conhecimento quanto à qualidade de vida dos professores, seja nas escolas, seja na forma como são deslocados da sua residência, seja enfim, quanto ao seu bem-estar.
Ora este é um tema complexo que requer muito mais do que atenção. É necessário agir já, sob pena de daqui a muito pouco tempo, não haver professores em Portugal… pelo menos de carne e osso…
Apesar desta situação dramática, a verdade é que, como disse no início, a tutela não tem dado muita atenção aos estudos realizados em várias instituições nacionais e internacionais. Dados concretos mostram que os professores portugueses enfrentam vários desafios que podem afetar negativamente o seu bem-estar, como a falta de recursos e equipamentos adequados, o excesso de trabalho, a falta de apoio emocional e psicológico, a falta de reconhecimento e incentivos adequados.
E aqui tenho mesmo de recorrer aos dados que fui recolhendo para a elaboração deste artigo:
1º – Um estudo realizado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) em 2019 concluiu que a falta de recursos e equipamentos nas escolas é um dos principais fatores que afetam o bem-estar dos professores em Portugal.
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