Luís do Nascimento Lopes, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP
Não, não me estou a referir às recentes eleições que, segundo o Presidente da República, teriam de representar um “virar de página”. Daí, e para a área que a maioria dos nossos leitores abraçaram, a da Segurança e Saúde no Trabalho, confesso que pouco esperava. Quem se desse ao trabalho de ler os programas eleitorais dos diversos partidos políticos, que logicamente deveriam servir de base ao programa de governo da força que vencesse as eleições, rapidamente constataria que a SST estava ausente das preocupações. Ou seja, nenhum partido poderia alguma vez ser acusado de não cumprir o prometido, pela simples razão de, em boa verdade, nem sequer ter prometido nada. Ou seja, “a Oeste nada de novo”.
Não deixo, no entanto, de lamentar a ascensão de um “novo” modelo de campanha eleitoral, baseado em debates curtos, em que muitas vezes os pivots e “moderadores” ocuparam mais tempo de antena que os próprios candidatos e em que estes verdadeiramente não se dirigiam ao eleitorado, mas ao douto entrevistador, único e iluminado detentor do conhecimento do que os portugueses verdadeiramente queriam. Ora neste modelo fomos repetidas vezes confrontados com valores estatísticos comparativos da realidade nacional com a realidade da Europa comunitária. Salários mínimos e médios, desemprego, inflação, PIB, limiares de pobreza, e muito mais… No entanto nunca houve espaço, nem vontade, para referir os nossos valores estatísticos da sinistralidade laboral e das doenças profissionais e compará-los com os valores homólogos europeus.
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