JOSÉ LUIS DE OLIVEIRA PINTO (Técnico de Segurança do Trabalho)
Um ambiente frio pode ser definido como “condições que causam perdas de calor corporal maiores do que o normal”. Ou seja, condições em que as respostas fisiológicas do organismo não são suficientes para combater a perda de calor.
Existem inúmeros empregos que envolvem inevitavelmente a exposição ao frio. Esta exposição pode causar danos de gravidade variável, doença ou mesmo morte se as medidas adequadas não forem tomadas. Saber como o nosso corpo reage ao entrar em contacto com ambientes frios, conhecer os efeitos que isso pode ter, detetar riscos relacionados, possíveis medidas preventivas e de proteção, bem como ter boas informações sobre os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que pode utilizar, pode ser de grande ajuda tanto para prevenir situações perigosas como para garantir condições de trabalho agradáveis e mais suportáveis. Com tudo isso, este artigo como objetivo fornecer algumas noções básicas que servem de orientação e auxílio na escolha dos Equipamentos de Proteção Individual contra o frio.
Os postos de trabalho sujeitos a temperaturas baixas/muito baixas, têm algumas particularidades que devem ser levadas em conta a nível da gestão da Saúde Ocupacional.
Neste artigo irei debruçar-me sobre o trabalho desenvolvido numa fábrica de transformação de pescado em que se executam tarefas de corte, desmancha, embalamento e armazenagem.
As atividades profissionais sujeitas a temperaturas baixas e/ ou muito baixas podem ser divididas em interiores e exteriores. Nas primeiras destacam-se as indústrias alimentares, onde se atingem por vezes temperaturas na ordem dos -60º C (para processos muito específicos) como o caso em que me debruço. Nas segundas destacam-se por exemplo a construção civil, agricultura, extração de petróleo e gás, transportes, atividades militares, pesca, controlo de trânsito, atividades florestais, mineração, operações de salvamento, serviços municipais e policiamento.
Com a exposição ao frio, o equilíbrio térmico ocorre por diminuição das perdas de calor (vasoconstrição periférica) e aumento da produção de calor por tremor e/ ou através da atividade muscular; contudo, em casos de exposição prolongada, poderá ocorrer paradoxalmente vasodilatação periférica, no sentido de tentar preservar a função das extremidades. O organismo tenta manter a sua temperatura central próxima dos 37º C.
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