DINA CHAGAS (ISEC Lisboa)
Introdução
A designação “lesão músculo-esquelética” (LME) diz respeito a um conjunto de doenças inflamatórias e degenerativas que afetam o sistema locomotor, ou seja, músculos, cartilagens, tendões, ossos, ligamentos ou nervos. Quando as LME são provocadas ou agravadas pelo trabalho, elas designam-se por Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT). Estas têm uma etiologia multifatorial, nas quais o ambiente de trabalho e a atividade profissional contribuem significativamente, e são um dos mais atuais problemas de saúde dos trabalhadores. O reconhecimento das LMERT como doença ocorreu nos anos de 2001 e 2002, através da lista das doenças profissionais, publicada em Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de maio.
Nos últimos anos, as LMERT tornaram-se um verdadeiro flagelo mundial incidindo sobre trabalhadores de todos os setores de atividade. Só na União Europeia (EU-28), em 2014, mais de metade dos trabalhadores (53%), faltaram ao trabalho por LMERT. Têm sido publicadas várias revisões críticas da literatura sobre o tema das LMERT e que, de uma forma ou de outra, evidenciam esta como causalidade do absentismo laboral.
Fatores de Risco das LMERT
Os fatores de risco das LMERT são aqueles que, quando a eles se está exposto, contribuem para o aumento da probabilidade de desenvolvimento de lesões músculo-esqueléticos, ou de se sofrer um agravamento de lesões existentes, dependendo de vários outros fatores adicionais.
A existência de um efeito combinado entre os fatores de risco físicos associados ao trabalho e o desenvolvimento de LMERT tem também vindo a ser demonstrada num número significativo de estudos epidemiológicos. Assim, de uma forma geral, são identificados três tipos de fatores de risco para o desenvolvimento de LMERT: (1) fatores de risco relacionadas com a atividade desempenhada, (2) fatores de risco individuais ou relativos à suscetibilidade individual de cada trabalhador, e (3) fatores de risco organizacionais/psicossociais presentes no contexto de trabalho.
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