BRUNO CASTRO (Fundador & CEO da VisionWare. Especialista em Cibersegurança e Investigação Forense)
A tentação de perturbar os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, será sem dúvida, imensa para a comunidade cibercriminosa, que vai desde cibercriminosos à procura de sua oportunidade de “ganhar dinheiro fácil”, passando por hacktivistas a querer impor uma ideologia, até a intervenientes estatais com interesses geopolíticos de toda a espécie. Impõem-se a questão: que ameaças e riscos cibernéticos a França enfrentará durante os Jogos de Paris e se realmente estará preparada para um tsunami cibernético que se aproxima rapidamente das suas fronteiras digitais?
Um dos principais riscos está naturalmente relacionado com as atuais tensões geopolíticas e as suas implicações no evento mundial dos Jogos Olímpicos em Paris, cuja possibilidade de disrupção cibernética não pode ser ignorada – sendo o pior cenário, a coordenação entre um ciberataque e um ataque físico que traria certamente um impacto de larga escala em Paris.
Tal como observado nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos, o contexto geopolítico tem um impacto enorme no cenário de ciberameaças, nomeadamente, pelo potencial inerente a este grande evento para conduzir operações, que vão muito além das questões desportivas. Tendo em conta a proibição de entrada na competição da Rússia e da Bielorrússia nos Jogos de Paris de 2024, devido à suspensão do Comité Olímpico Russo, uma vez que este colocou sob a sua autoridade várias organizações desportivas de quatro regiões ocupadas da Ucrânia, é altamente provável que os Jogos sejam alvo de operações cibernéticas russas e/ou bielorrussas como medida de retaliação para minar a reputação de França. Em simultâneo, grupos cibercriminosos russos, supostamente categorizados como hacktivistas cibernéticos podem também tirar partido da cobertura mediática dos Jogos para promover narrativas de propaganda como uma contribuição para o esforço russo de minar a França. Estas operações consistem principalmente em ciberataques DDoS (Distributed Denial of Service) sobre organizações ou instituições de relevo que permitam, utilizando o sucesso dos ciberataques desenvolvidos, como meio para transmitir mensagens políticas.
Para ler o artigo completo, subscreva a assinatura da Revista “segurança”