FERNANDO MANUEL P. J. SILVA (PhDAcadémico / Gestor de C&T, Presidente/Por Portugal da FLG-Fundación Luso Galaica, Presidente da ADITEC-Associação Para o Desenvolvimento e Inovação Tecnológica)
Um dos objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas para o futuro próximo é combater a pobreza energética, garantindo o acesso a energia sustentável, limpa e eficiente. E, embora se tenham registado progressos nos últimos anos neste sentido, ainda há um longo caminho a percorrer na aplicação de medidas sociais, políticas e económicas.
Neste âmbito, a ONU tem definido a pobreza energética de acordo com alguns parâmetros. Entre eles destacam-se:
– a falta de ligação à rede eléctrica;
– a falta de condições adequadas para manter uma temperatura ideal nas habitações, sem ter que recorrer a combustíveis ou equipamentos ineficientes e poluentes; e
– a falta de capacidade económica para aceder ao fornecimento de energia, segundo requisitos de qualidade exigidos.
Nos denominados países do Terceiro Mundo, a solução para mitigar a pobreza energética começa com a electrificação nas zonas rurais ou em zonas desligadas da rede de transporte eléctrico. Por exemplo, em países como Honduras, Guatemala ou Nicarágua, menos de 50% da população tem acesso a energia que não depende de fontes de geração individuais altamente poluentes, como a queima de biomassa, lenha ou carvão, devido à ausência de ligação a uma rede de distribuição de energia. E, embora ainda haja muito por fazer, esta electrificação já é uma realidade em algumas áreas, graças à implementação – com a ajuda dos países desenvolvidos – de projectos de produção de electricidade a partir de fontes de energia renováveis, cada vez mais eficientes, que aproveitam também os recursos naturais de cada geografia, bem como, a instalação de fontes de geração próximas, o que permite criar redes locais de distribuição e acesso à energia mais económicas. Com a execução destes projectos, enquanto os países “pobres” progridem na sua qualidade de vida, os países “ricos” vão cumprindo os objectivos estabelecidos nas diferentes cimeiras sobre o ambiente e as alterações climáticas.
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