PAULO MACEDO (Professor Universidade Lusófona)
1.
Comentário inultrapassável nos dias que correm é o que se refere ao ataque terrorista contra Israel do passado dia 7 de Outubro e a potencial resposta israelita que, à data que escrevemos, tem-se restringido a ataques de artilharia e a bombardeamento aéreo com aparente insatisfação de alguns meios de comunicação social que permanentemente questionam os seus comentadores sobre as eventuais razões para o “atraso” da anunciada ofensiva terrestre israelita.
O problema judaico-palestiniano terá os seus antecedentes em 1897 com a reunião do Congresso Sionista em Basileia e com a resposta do nacionalismo árabe, em 1906, corporizado no “Clube Árabe” criado em Paris, para não nos referirmos aos aspectos religiosos de ambas as partes, que são naturalmente ainda mais longínquos. E m termos de conflito propriamente dito, temos de lembrar a batalha de Tel Hai, em 1 de Novembro de 1920, entre paramilitares judeus e forças irregulares árabes (ainda que contextualizada na guerra franco-síria) e depois a publicação, em Novembro de 1947, da resolução das Nações Unidas relativa à partilha do território entre árabes palestinianos e judeus, com um período marcado por greves e violência iniciada por árabes, com consequentes respostas por parte dos judeus. Tudo isto, para além de culminar na declaração de independência de Israel em 14 de Maio de 1948, deu origem a massacres levados a cabo por ambas as partes – Der Yassin, da coluna médica que se dirigia ao hospital Hadassah e Kfar Etzion, entre outros – e ao início da primeira guerra israelo-árabe, em 1948.
Depois, relembremos a guerra dos Seis Dias, em 1966 e a guerra do Yom Kippur, em 1973.
É um longo historial de animosidade e conflito existencial de duas comunidades que até hoje nunca se entenderam verdadeiramente ainda que, paradoxalmente, estejam condenadas a entender-se (num espectro temporal mais próximo ou mais longínquo), pese embora os custos absurdos em número de vidas e no
permanente sentimento de insegurança para ambas as partes.
Já muito foi dito sobre o grupo terrorista Hamas, aquele que se esconde atrás da sua população e que actualmente pede à comunidade internacional que faça pressão sobre o Estado de Israel para que abra corredores humanitários – provavelmente deveriam ter pensado nisso antes de lançarem um ataque cujas consequências são primordialmente sentidas pela população que dizem defender.
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