ANTÓNIO SOUSA-UVA (Médico e Professor)
A Saúde e a Segurança dos trabalhadores nos locais de trabalho (SST), que inclui tanto a Promoção como a Protecção da Saúde (e Segurança), podem constituir um importante factor de desenvolvimento já que essa contribuição é indispensável, sem qualquer dúvida, para a criação de riqueza. De facto, trabalhadores saudáveis (e seguros) terão por certo uma melhor produtividade. Sendo o trabalho, enquanto factor determinante do desenvolvimento económico e social, uma importante actividade ao longo de toda a História da Humanidade, a salubridade dos ambientes de trabalho constitui, portanto, e também por isso, um factor relevante igualmente em matéria de saúde e bem-estar das populações.
Na Europa, é só no período pós 2ª guerra mundial, e particularmente nos últimos 40 a 50 anos, que o mundo do trabalho e, nesse contexto, também o ambiente de trabalho tem sofrido uma profunda mudança, desde logo, pelo fluxo de trabalhadores entre os três sectores de actividade económica (fluxo dominante dos sectores económicos primário e secundário para o terciário) e pela implantação das tecnologias de informação e comunicação (TIC).
A abordagem dos problemas do âmbito da Saúde Ocupacional (ou da Segurança, Higiene e Saúde dos Trabalhadores nos Locais de Trabalho) é necessariamente influenciada por variados elementos de índole contextual, entre os quais se destacam: o sector de actividade económica; o grau de desenvolvimento (socioeconómico e cultural); o nível (e o modelo) de industrialização; o enquadramento técnico-normativo, a prestação de “cuidados” de Segurança, Higiene e Saúde dos trabalhadores nos Locais de Trabalho e, por exemplo, os sistemas nacionais de prestação de cuidados de saúde e de saúde e segurança do trabalho.
A concepção do trabalho por sector de actividade económica, nos últimos anos, também tem revelado profundas mudanças. Por exemplo, no sector secundário,
o processo de automatização iniciado nos anos de 1960 e as profundas mudanças organizacionais ocorridas nas empresas contribuíram para o reconhecimento crescente do papel dos factores profissionais de natureza psicossocial na saúde dos trabalhadores, até então pouco ou nada valorizados, por oposição à grande valorização atribuída aos factores de risco de natureza física e química que dominaram (e ainda continuam a dominar) as preocupações dos diversos intervenientes na melhoria das condições de trabalho, na perspectiva da saúde e segurança.
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