Autor: J. Pinto da Costa (Professor Catedrático da Universidade Portucalense Infante D. Henrique)
I – INTRODUÇÃO
O poder político conviveu sempre mal com o amianto.
Perde-se no tempo a data do conhecimento dos seus malefícios para o ser humano. Heródoto (484-425 a.C.) registou a alta mortalidade dos escravos encarregados de fiar e tecer mortalhas de amianto para vítimas de doenças pulmonares.
Em ciência, o conhecimento altera-se, em regra, em 30%, de 5 em 5 anos. O amianto não foge à regra pela apreciação de múltiplas e diversas utilidades e consequências do seu emprego.
Em 1900, Ludwig Hastschek ao criar o fibrocimento abriu nova dimensão na história do amianto.
Para outros o pioneirismo caberia a Otto Bayer (1902-1982) por ter descoberto a reação de poliadição de isocianatos e polióis.
A ciência desde sempre tem alertado para os perigos do amianto em termos de saúde pública. Em 1993, pela negação das consequências acumuladas, a União Europeia propôs que não se utilizasse o amianto, o que não foi aprovado com votos contra de Portugal, Espanha, França e Grécia.