Autor: Jorge Gaspar (Professor Coordenador do ISECLisboa – Instituto Superior de Educação e Ciências, Presidente do Instituto para a Segurança Higiene e Saúde do Trabalho (2004-2007), Presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (2013-2016))
As tragédias ocorridas nos últimos meses em matéria de incêndios florestais – e a perda de vidas humanas que causaram e a devastação económica e social que provocaram – colocaram na agenda política e no radar mediático a questão da prevenção vs combate aos incêndios, que é como quem diz, a questão de saber qual deve ser a prioridade política, quais devem ser os correspondentes mecanismos de articulação, como devem ser estruturados os seus níveis de comando e como devem actuar as correspondentes estruturas operacionais. E, claro, como devem ser distribuídos e com que critério devem ser alocados os indispensáveis meios financeiros. Esta temática de prevenção vs combate (aos incêndios florestais) constitui apenas uma ponta de uma problemática bastante mais ampla relacionada com o debate à volta da dicotomia entre políticas preventivas e políticas repressivas e o qual tem lugar em vários domínios da governação, tais como a justiça, a fiscalidade, a saúde, a segurança rodoviária e a segurança e saúde do trabalho. E é exactamente esta última área que ora nos interessa.