Autor: Teresa Cotrim (Professora Auxiliar de Ergonomia, Secção Autónoma de Ergonomia, FMH, Universidade de Lisboa, Investigadora no Centro de Investigação em Arquitectura, Design, Urbanismo e Ergonomia, FA, Universidade de Lisboa, Presidente da Associação Portuguesa de Ergonomia)
1.Introdução
Na Europa, o impacto do envelhecimento demográfico constitui um enorme desafio social e económico com consequências nos modelos de trabalho e emprego. O aumento da esperança de vida, não necessariamente saudável, e as alterações na composição da estrutura demográfica das populações, com o incremento dos grupos mais velhos relativamente aos mais jovens, determina também uma modificação da população activa. Neste sentido, a sustentabilidade económica dos países europeus e o desenvolvimento social têm conduzido a um alargamento da participação dos grupos com mais de 50 anos ou mais no trabalho, a par do aumento da idade legal de reforma. Esta evidência de uma maior e mais longa participação dos mais velhos no trabalho tem que ser encarada numa perspectiva de saúde ocupacional. Para as organizações de trabalho europeias, a maioria da população ter mais de 50 anos é uma perspectiva nova que determina uma visão diferente da população activa naquilo que concerne a uma maior diversidade de idades, hábitos e estilos de vida e características individuais.