SÓNIA PINOTE BERNARDES (Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde Ocupacional ULS São José), RUI NUNES (Ergonomista / Eur.Erg / TSST ULS São José), JOÃO CARVALHO (Ergonomista / TSST ULS São José), ISABEL AZEVEDO (Técnica Saúde Ambiental / TSST ULS São José)
INTRODUÇÃO
A fadiga é uma condição prevalente em ambientes hospitalares, especialmente entre profissionais de saúde, que frequentemente enfrentam longas jornadas de trabalho, com exigências físicas intensas e pressão emocional. Baseada na nossa experiência no terreno, este artigo pretende sensibilizar para a relação entre fadiga, lesões musculoesqueléticas (LME) e fatores psicossociais, além de direcionar para intervenções multidisciplinares (ex. medicina do trabalho, psicologia ocupacional, ergonomia, saúde ambiental etc.) inovadoras para a gestão eficaz destes problemas em contexto hospitalar.
FADIGA ASSOCIADA A LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
A fadiga é uma condição frequentemente associada à sensação de exaustão extrema. Em contextos hospitalares, a fadiga é uma preocupação significativa, especialmente quando está associada a LME e fatores psicossociais. LME, fraturas, distensões, entorses e outras patologias crónicas do foro musculoesquelético, muitas vezes resultam em dor e limitação funcional, exacerbando a sensação de fadiga. Além disso, fatores psicossociais, como stresse, ansiedade, depressão e fatores ambientais, podem influenciar diretamente o bem-estar do profissional, dificultando a sua recuperação. A fadiga resultante dessas condições é muitas vezes multifatorial:
– Dor Crónica: LME, especialmente aquelas que resultam em dor crónica podem causar um aumento significativo no consumo de energia. A dor constante exige mais esforço físico e mental do profissional, o que leva a uma sensação contínua de exaustão.
– Imobilização e Inatividade: A imobilização, como o uso de gessos, talas ou mesmo o repouso após uma cirurgia ortopédica, pode reduzir a mobilidade do profissional, o que, paradoxalmente, pode aumentar a fadiga. A falta de atividade física contribui para a perda de força muscular, reduzindo a capacidade do profissional se mover e realizar tarefas quotidianas, oque pode agravar a sensação de fadiga.
– Impacto no Sono: A dor muscular e esquelética pode interferir significativamente no sono. A dificuldade em encontrar uma posição confortável ou o desconforto durante a noite pode levar à privação de sono, um dos principais fatores que contribui para a fadiga. A falta de descanso adequado compromete ainda mais a recuperação física e emocional do profissional, com impacto no seu dia-a-dia de trabalho.
Para ler o artigo completo, subscreva a assinatura da Revista “segurança”