SÓNIA PINOTE BERNARDES (Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde Ocupacional ULS São José)
A saúde mental vista numa perspetiva histórica expõe a evolução da compreensão humana sobre o comportamento e o bem-estar.
É um tema que, por um lado, ao longo da humanidade tem evoluído significativamente, por outro estamos perante este novo mundo, volátil e incerto, onde a informação está cada vez mais acessível, e a realidade do terreno ainda não corresponde ao verdadeiro conhecimento com adequados comportamentos no nosso local de trabalho.
No século XIX os comportamentos considerados “anormais” eram encarados como possessões ou punições divinas, muitas vezes, as pessoas eram “presas” mais do que curadas. As doenças mentais eram estigmatizadas e tratadas de forma brutal. Pergunto se ainda padeceremos desse legado, quando colocamos de lado alguém que já não produz como deveria? Só a partir da década de 1960, é que as pessoas com problemas mentais começaram a ser tratadas em ambientes comunitários, respeitando a dignidade e integração social.
No séc. XX com a ascensão da psiquiatria e da psicologia como ciência, novas abordagens começaram a surgir. Todos identificamos, Freud e a psicanalise, que trouxe a importância do inconsciente, dos medos, os conflitos internos. A psicologia integrativa, cognitiva e comportamental, que se debruça sobre a forma como pensamos, sentimos e como agimos no nosso ambiente e o ambiente em nós.
E atualmente como estamos a lidar com a saúde mental no nosso dia a dia, com a velocidade atroz das novas tecnologias?
Atualmente os psicólogos detém o conhecimento científico para avaliar e identificar os problemas individuais e organizacionais que afetam a saúde mental dos profissionais.
Se por um lado o trabalho deveria trazer realização, sentimento de pertença e estabilidade financeira, os desafios contemporâneos, como as novas tecnologias, o aumento da produtividade, competitividade e instabilidade laboral, podem levar a ansiedade e ao tão falado burnout individual. As novas doenças da saúde mental envolvem fatores que ultrapassam a biologia e a genética e fundem-se com as pressões do ambiente que nos rodeia.
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