LUÍS DO NASCIMENTO LOPES, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP
Ao longo da minha colaboração com a nossa revista “segurança” já por várias vezes abordei o tema da exposição solar no trabalho. E hoje volto a fazê-lo, sublinhando o carácter de urgência da sensibilização e reflexão sobre esta matéria. Como já por várias vezes escrevi, não há muitos anos, quando alguns “carolas” ousavam chamar a atenção para as alterações climáticas, tinham de se socorrer de estudos científicos complexos e pioneiros que permitiam concluir que algo estava a mudar, cada vez menos paulatinamente, nas características climatéricas, com potencial para afectar de forma dramática as nossas condições de vida e de trabalho. Hoje, para nos apercebermos dessas mudanças climáticas, basta assomarmos à janela ou sair à rua.
Vagas de calor cada vez mais frequentes, tornados e tempestades tropicais em regiões que até agora os desconheciam, cheias em regiões de seca e secas em regiões de cheias, fogos florestais cada vez mais numerosos e extensos… Enfim, a lista podia prolongar-se, mas basta estarmos atentos às notícias para percebermos como o fenómeno é global e com tendência a agravar-se, fruto não apenas da Terra ser um planeta vivo e em constante evolução, como proclamam candidamente os títeres da industrialização selvagem e da exploração desbragada e sem olhar a meios, mas também e sobretudo, da cobiça e irresponsabilidade humanas.
Hoje, em pleno Julho, com as cerimónias de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris a decorrerem debaixo de copiosa chuva, deveríamos decretar uma trégua olímpica na guerra que movemos contra o planeta em que vivemos. Mas parece que nem as olimpíadas o conseguem. E temo que, por este caminho, daqui a uns (poucos) anos, o descendente de um soldado grego de seu nome Fidípides, corra 42 quilómetros para nos dizer, a toda a Humanidade, “Perdemos!”. Não fazermos nada equivale a sermos cúmplices da tragédia anunciada.
E na nossa área muito há por fazer.
Na nossa vida laboral, actividades há que estarão sempre ligadas e condicionadas às condições climatéricas, por não poderem ser desenvolvidas “em gabinete”, no conforto enganador dos ares condicionados. É o caso de sectores como o das pescas, o da agricultura ou o da construção civil.
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