LUÍS DO NASCIMENTO LOPES (Vice-Presidente da FENEI/SINDEP)
Entre a overdose de notícias que nos afogam diariamente, com guerras na Ucrânia, computadores recuperados, transferências milionárias no futebolário nacional e crimes com muito sangue, surgem por vezes algumas que quase passam despercebidas e que, no entanto, deveriam preocupar-nos e levar-nos a pensar preventivamente sobre as suas consequências.
É o caso de um aviso deixado pelos meteorologistas sobre as evidências da formação do “El Niño”. Pouco se falou nisso e, no entanto, deveria fazer soar campainhas de alerta na comunidade de prevencionistas.
E o que é o “El Niño”? O “El Niño” é um fenômeno climático que ocorre periódica, mas não regularmente no Oceano Pacífico Equatorial e que se caracteriza
pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico Central e Oriental, na zona do Equador.
Quando ocorre o El Niño, a temperatura da superfície do mar fica significativamente mais quente do que o normal o que provoca alterações nos padrões de circulação atmosférica, afetando o clima em várias regiões do mundo.
E lá por surgir no Oceano Pacífico as suas consequências não se circunscrevem a essa região, antes se reflectem à escala global, sendo hoje considerado um dos fenómenos climáticos com maior potencial de consequências sobre o ambiente global.
Daí que, mesmo estando Portugal tão afastado do Oceano Pacífico, as consequências do “El Niño” vão, seguramente, fazer-se sentir também no nosso país.
E não num momento diferido no tempo, mas, tudo leva a crer, já neste Verão.
E que consequências poderão ser? De acordo com os especialistas e para além de reflexos em sectores como a pesca e a agricultura, estima-se que, durante a ocorrência do “El Niño”, as temperaturas médias possam subir significativamente, o que já levou alguns climatologistas a aventar o prognóstico de que este Verão possa vir a ser o mais quente de que há memória na Europa.
Esta previsão, para um país que tem já hoje uma grande parte do seu território em seca extrema, traz nuvens negras (que antes fossem de chuva) e ameaçadoras à nossa economia e a sectores como os já antes citados da agricultura e das pescas. E isto para nem falar dos riscos ainda acrescidos dos nunca adiados incêndios florestais.
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