Luís António Coelho de Sousa Fava, SCH MQ, Inspeção-Geral da Marinha – Departamento de Segurança e Ambiente
1. A ABORDAGEM DA ERGONOMIA
A abordagem ergonómica consiste essencialmente em considerar cada sistema de trabalho centrado no próprio operador humano. As contribuições da Ergonomia para introduzir melhorias em situações de trabalho nas empresas podem variar, consoante a fase em que estas ocorram e a abrangência com que estas são efetuadas.
A abrangência é classificada em análise de sistemas e análise dos postos de trabalho.
Análise de sistemas – A análise de sistemas preocupa-se com o funcionamento global de uma equipa de trabalho que usa uma ou mais máquinas, partindo dos aspetos gerais, como a distribuição de tarefas entre o homem e a máquina, mecanização das tarefas e assim por diante. Ao considerar-se uma tarefa a atribuir ao homem ou à máquina, devem ser adotados critérios como o custo, a fiabilidade, a segurança, entre outros. A análise de sistemas pode ser aprofundada gradualmente, até chegar ao nível de cada um dos postos de trabalho que os compõem.
Análise dos postos de trabalho – A análise dos postos de trabalho é o estudo de uma parte do sistema onde atua um trabalhador. A abordagem ergonómica ao nível do posto de trabalho efetua a análise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador, bem como das suas exigências físicas e psicológicas.
Considerando um posto simples, onde o homem opera apenas uma máquina, a análise deve partir do estudo da interface homem-máquina, ou seja, das interações que ocorrem entre o homem, a máquina e o ambiente de trabalho, as quais devem formar um conjunto harmónico.
A. Ocasião da contribuição ergonómica
A contribuição ergonómica, de acordo com a ocasião em que esta é efetuada, classifica- se em ergonomia de conceção, ergonomia de correção e ergonomia de consciencialização (segundo Wisner, 1987).
(1) Ergonomia de Conceção
A ergonomia de situação, pois as alternativas podem ser amplamente analisadas, mas também se exige maior conhecimento e experiência, porque as decisões são tomadas com base em situações hipotéticas. A qualidade destas decisões pode ser melhorada, através de dados já existentes relativos a situações semelhantes ou através de modelos tridimensionais (maquetas) em madeira ou papelão, onde as situações de trabalho podem ser simuladas a custos relativamente baixos.
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