Autor: Luís Nascimento Lopes (Vice-Presidente da FENEI/SINDEP, Docente e Coordenador da Licenciatura de Engenharia de Segurança no Trabalho do ISECLisboa, Consultor da Presidência da ABEST para as Ciências das Relações do Trabalho em Portugal, Consultor Nacional e Internacional nas áreas de SST)
Este Verão ficará tristemente assinalado nas memórias de todos nós pelas sucessivas tragédias resultantes dos múltiplos incêndios que assolaram o país.
Ninguém poderá ter ficado insensível às imagens chocantes e tantas vezes despudoradamente voyeurísticas da dor e do desespero de quem tudo perdeu, que as várias estações de televisão nos serviram, em dose familiar, às horas de maiores audiências.
Mas, à medida que as declarações de (ir)responsáveis políticos e operacionais, lideres da oposição, opositores aos líderes, generalistas célebres e opinativos anónimos, analistas, comentaristas e outros artistas, fluíam a uma velocidade superior à da propagação dos próprios incêndios, para muitos de nós, tarimbados (e carimbados) nas andanças da Segurança e Saúde no Trabalho, as sucessivas narrativas (termo agora utilizado para designar a velhinha “conversa de chacha”), soavam-nos tristemente familiares.