António de Sousa Uva (Médico do Trabalho, Imunoalergologista e Professor Catedrático de Saúde Ocupacional)
A Saúde Ocupacional dedica-se ao estudo e à investigação de diversos aspectos das interdependências entre o trabalho e a saúde (ou a doença) em diferentes perspectivas, entre as quais se destaca a prevenção dos riscos profissionais.
Tais riscos relacionam-se com a actividade de trabalho e com as suas condições (condições ou condicionantes de trabalho).
As situações de trabalho em que essa actividade se exerce podem conter determinados factores que determinam a maior ou a menor probabilidade de provocar doença ou acidente, com maior ou menor gravidade desses danos: os factores de risco de natureza profissional.
É apesar disso, demasiado frequente, até em textos técnicos, a utilização indiscriminada dos termos “risco” e “factor de risco” como sinónimos e, igualmente demasiadamente frequente essa referência, também em textos normativos, como pode ser ilustrado, por exemplo, pela utilização amiudada da expressão “exposição aos riscos profissionais”.
De facto, a exposição é, em si mesma, uma dimensão do risco ou, dito de outra forma, “uma parte do todo” ou, dito anda de outra forma, sem exposição não existe risco. O risco, entendido como uma determinada probabilidade da ocorrência de algo (em Saúde Ocupacional, por exemplo, de uma doença profissional) pressupõe, portanto e obviamente, a existência da exposição do trabalhador, que não se esgota no contacto físico, mais notório nos acidentes de trabalho. Efectivamente, nas doenças profissionais o contacto pode ser variado sendo, por exemplo e no caso dos factores de risco de natureza química, mais frequente o contacto pelas vias respiratórias, exigindo a penetração e a absorção desse factor de risco. Também, no caso dos factores de risco físicos, nos órgãos dos sentidos como acontece com a exposição a determinadas condições de iluminação ou a exposição ao ruído e, ainda, por diversas outras formas dependendo da natureza do factor de risco.
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