Luís do Nascimento Lopes, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP
Há quem diga que um pessimista é um optimista bem informado. Confesso que, de facto, terminei o meu artigo anterior com um tom de optimismo.
Tudo levava a crer que uma página sombria da história recente da humanidade, a pandemia de covid-19, estava finalmente a ser ultrapassada e que poderíamos acalentar esperanças de voltarmos à nossa vida normal, recusando a vida anormal numa realidade que muitos tentaram fazer passar como “nova normalidade”.
Sempre com pensamento positivo sublinhei alguns ensinamentos que a pandemia nos transmitiu, nomeadamente no campo dos comportamentos e que deveriam manter-se mesmo após o fim da mesma.
A acrescentar a todos aqueles que referi nesse artigo, juntaria hoje mais alguns, nomeadamente a persistência de alguns hábitos higiénicos, como o lavar mais frequente das mãos, hábito que parecia em franco declínio nas nossas sociedades.
O mesmo se poderia dizer da disponibilização de álcool-gel desinfectante em locais de atendimento ao público ou de grandes aglomerações, como grandes superfícies comerciais, mas sobretudo nos serviços de saúde. Espero não voltar a ver, como tantas vezes vi antes da pandemia, em hospitais e centros de saúde, disponibilizadores de desinfectante para as mãos vazios, alguns com aspecto de o estarem há semanas ou meses.
Espero também que haja uma articulação e um recurso às novas tecnologias que facilitem o acesso aos serviços. Por exemplo, acho que a videoconsulta pode ser uma alternativa, sempre ocasional e apenas nalgumas situações, pois considero que o contacto presencial médico/paciente é insubstituível, mas a marcação da consulta, por exemplo, deve poder ser feita por meios não presenciais, evitando assim deslocações desnecessárias dos utentes aos serviços de saúde e diminuindo os riscos de contágios.
Quer num caso, quer noutro, não é apenas a saúde dos utentes e do público em geral que está em causa. É também a saúde e segurança de quem trabalha nesses serviços e é importante que as avaliações de riscos sejam mais “minuciosas” e exaustivas no que diz respeito à exposição aos riscos biológicos.
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