Luís do Nascimento Lopes, Vice-Presidente da FENEI/SINDEP
Um dos sectores que mais sofreu com a pandemia foi o da educação.
As consequências só não foram ainda piores graças ao profissionalismo, empenho e “desenrascanço” de quase toda uma classe docente que, mesmo entregue a si própria, sem apoios nem directivas claras do respectivo ministério, tudo fez para minimizar os efeitos negativos da pandemia no processo de ensino-aprendizagem, com recurso a meios próprios, assumindo pessoalmente os custos económicos das soluções encontradas e fazendo crescer o tempo, muitas vezes à custa do tempo encolhido para o próprio agregado familiar.
Um Ministro virtualmente “desaparecido em combate”, no intervalo entre duas aparições em campos de futebol, veio, contrafeito, declarar que os professores eram “heróis”.
Infelizmente todos nós sabemos como em Portugal se tratam os heróis. Com desprezo, esquecimento e sobranceria, com excepção de uns poucos que conseguem, na morte, garantir as homenagens e reconhecimento negado em vida.
Por isso a maioria dos professores reagiu, com igual indiferença, a esse pseudo-reconhecimento.
Prefeririam que a pandemia e o seu esforço servissem para mudar muito do que está mal e que estes dois últimos anos apenas vieram expor a todos quantos não queriam ver a realidade.
Por exemplo, que muitas das nossas salas de aulas não têm um mínimo de condições de trabalho para quem nelas passa entre 5 a 8 horas (ou mais) por dia. Não respeitam um mínimo de condições de conforto térmico, ou têm ventilação deficiente, ou iluminação deficiente, ou mobiliário de trabalho ergonomicamente desadequado para os seus utilizadores, ou pisos degradados, ou instalações eléctricas danificadas ou estores avariados, ou… tudo isto em simultâneo.
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