(Intervenção no Seminário Internacional do STAL sobre Segurança e Saúde no Trabalho, 9 de maio de 2018 – Águeda)
Autor: António Garcia Pereira (Advogado Direito Trabalho)
Para quem ouve os nossos governantes parece que viveríamos uma situação económica e social excelente, em particular para aqueles que vivem, ou já viveram uma vida inteira, do seu trabalho.
Com alguns dos temas incómodos entretanto varridos tão convenientemente quanto oportunisticamente para debaixo da cama – como os do euro e da dívida pública, e respetivos juros, que tanto nos asfixiam – trata-se de proclamar que a taxa de pobreza até desceu, em 2016, de 19% para 18,3% e a do desemprego teria recentemente atingido o nível “histórico” de 7,9% (correspondente a 410 mil desempregados). E o próprio coeficiente GINI (que mede a desigualdade social numa graduação entre 0 – completa igualdade – e 1 – total desigualdade) teria igualmente diminuído atingindo o valor mais baixo desde 2003.
Mas será que estes números estatísticos comprovam as tão proclamadas recuperações da economia e melhoria das classes trabalhadoras?
Não, de todo!